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A Comissão de Minas Energia está preocupada com a venda de 49% da Gaspetro para a Mitsui Gás e Energia do Brasil. Na audiência pública realizada hoje (10/12) em Brasília, o deputado Davidson Magalhães (PCdoB-Ba), que sugeriu o debate, voltou a criticar a venda que dará à Mitsui o poder de interferência nas distribuidoras estaduais, caso da Bahiagás, em nosso estado, conforme destacou.

A Gaspetro tem participação em 19 empresas de distribuição de gás, quase todas controladas pelos estados. Estas participações serão todas repassadas à Mitsui. O negócio, de R$ 1,9 bilhão, ainda não foi finalizado, mas já teve o sinal verde do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Davidson Magalhães é contra esta venda. Inclusive já deu entrada na Comissão de Minas e Energia da Câmara, por meio da Proposta de fiscalização e controle nº 63/2015, do pedido de investigação sobre a venda de 49% da Gaspetro (Petrobras Gás S.A) para a empresa Mitsui, alegando que a negociação tem “graves suspeitas de irregularidades”. Citou que o presidente do Conselho de Administração da Petrobras à época em que o negócio foi aprovado era o executivo Murilo Ferreira, também presidente da mineradora Vale, que tem negócios com a Mitsui.

Davidson Magalhães reafirmou que “a lógica da Mitsui não é o investimento. É se apropriar o fluxo de caixa. Isso é um problema grave para a maturação da indústria de gás no Brasil”. Segundo ele, a empresa poderá relegar para segundo plano a estratégia da Bahiagás de interiorizar a distribuição de gás no estado.

O deputado alertou que a Mitsui já está interferindo no dia a dia da distribuidora baiana, com a conivência da Gaspetro. “Está havendo uma alteração do processo decisório das companhias”, afirmou. No início do mês, o governo da Bahia obteve uma liminar na justiça estadual que interrompeu o negócio entre a Gaspetro e a Mitsui.

O diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Leonardo Urpia, concordou com as observações de Davidson Magalhães e também reafirmou suas suspeitas sobre o negócio. A FUP ingressou com uma ação civil pública na justiça federal para impedir a venda das ações da subsidiária.