Em mensagens enviadas ao STF, a PF descreve — com prints e apelidos — como operava o suposto circuito de propina atrelado às emendas Pix: transferências especiais que, antes de novas regras do Supremo, podiam irrigar cofres municipais sem plano de trabalho detalhado.

O fio condutor da 6ª fase (deflagrada no fim de junho) mira um possível esquema dentro do gabinete do deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA). Por ordem do STF, os prefeitos de Boquira e Ibipitanga foram afastados cautelarmente — e depois retornaram aos cargos.

As conversas, atribuídas pela investigação ao empresário Evandro Baldino do Nascimento e ao assessor Marcelo Chaves Gomes, exibem um glossário cifrado para dinheiro: “caloi”, “platitas”, “laplatina”, “garfo”, “soldas”, “garrotes”, “praguinhas” — com cobranças e referência a repasses atrelados à liberação de emendas para prefeituras sob suspeita. A existência e o teor desses diálogos foram reportados por veículos que citam o material enviado ao STF.

No pano de fundo, o STF vem apertando o cerco às emendas Pix: suspendeu repasses em casos sob suspeita e determinou que Estados e municípios adotem padrão federal de transparência e rastreabilidade. Em resumo, acabou a “emenda sem trilha” — agora, plano de trabalho e publicidade viraram regra.

Félix nega envolvimento e diz não tratar de emendas com o empresário; defesas citadas nos relatos afirmam que o caso corre sob segredo de Justiça e rechaçam as acusações. A PF segue apurando o uso de empresas de fachada e licitações sob suspeita.