Com uma riqueza que integra a história, a geografia privilegiada, a cultura, a biodiversidade e a economia, Ilhéus completa neste 28 de junho, 489 anos de existência.

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Ilhéus, com sua sede política administrativa composta por 27 bairros, além dos seus 11 distritos em uma vasta zona rural, faz limite com nove municípios, sendo sua área litorânea a maior do Estado, constituindo-se assim num dos municípios mais importantes da Bahia. A Princesinha do Sul, como é carinhosamente conhecida, tem muito a comemorar, mas também muito a refletir sobre seu passado, presente e futuro.

Às vésperas de completar 500 anos, Ilhéus passou ao longo de sua história, por momentos de expansão e de crises econômicas, algumas delas narradas por uma variedade de escritoras e escritores, com destaque para o nosso Amado Jorge, homenageado em três equipamentos importantes para o transporte e a logística de Ilhéus: o aeroporto, a rodovia Ilhéus-Itabuna e a ponte estaiada Centro-Pontal. Esses três equipamentos nos ligam com o mundo, mas efetivamente o que ajuda a levar o nome de ilhéus ao mundo, é a sua literatura, aliás, Jorge Amado é membro fundador da prestigiosa Academia de Letras de Ilhéus.

Após a última grande crise da lavoura cacaueira, Ilhéus teve que se reinventar. O município outrora exportador de cacau em amêndoas passou a produzir chocolate, agregando valor ao produto primário e realizando o seu próprio Festival Internacional, explorando de forma mais profissionalizada o seu potencial, ao mesmo tempo em que buscou alternativas econômicas para seu desenvolvimento, como por exemplo a criação do polo de informática.

Nos últimos anos, o município, foi impulsionado por investimentos do Governo do Estado, como: a BA-649 – a nova rodovia Ilhéus-Itabuna que está sendo construída; a ponte estaiada Centro-Pontal; a construção dos hospitais Regional Costa do Cacau e Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio; a duplicação da BA 001 – trecho Pontal-Cururupe; a requalificação da Zona Norte, dentre outras parcerias dos Governos Estadual e Federal com o setor privado que viabilizam a Fiol (Ferrovia Oeste-Leste) e o Porto Sul. Este boom de investimentos públicos estimulou outros implementados pelo setor privado, destacando-se setores como a construção civil, o turismo, o comércio, a educação superior e a retomada do polo industrial.

Esses investimentos, tão importantes e necessários, trazem consigo bônus e possíveis ônus. Neste sentido, obras estruturantes são necessárias para minimizar impactos negativos, mas principalmente para proporcionar uma melhor qualidade de vida para a nossa população e para os turistas.

Pensar grande! Esse deve ser o horizonte de Ilhéus. É preciso implementar um modelo de desenvolvimento equilibrado, sustentável, inclusivo e inovador que venha modernizar o município com as tecnologias e metodologias de gestão existentes e já operando nas grandes cidades brasileiras as chamadas “cidades inteligentes”, comprometidas com o desenvolvimento urbano e também do campo, com a transformação digital, em seus aspectos econômico, ambiental e sociocultural, com práticas de governança e a gestão colaborativas, acompanhadas por políticas de financiamento e investimentos em saúde, educação, agricultura, apoio social e em obras de infraestrutura.

Ilhéus terá que enfrentar complexos desafios, e isso exige planejamento holístico em curto, médio e longo prazos, que envolva os mais diversos atores sociais e institucionais: poder público, empresariado, classe trabalhadora, entidades de classe, Universidades, Ong’s, movimentos sociais, associações e a sociedade civil como um todo, viabilizando assim o fortalecimento do seu precioso tecido social.

Existem algumas ações sendo executadas nessa direção, subsidiadas dentre outras, por informações de instituições como as universidades, a Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) Sul da Bahia, bem como ações de monitoramento social, a exemplo do realizado pelo Instituto Nossa Ilhéus.

As relações estreitas existentes no atual cenário político, entre a cidade e os governos Estadual e Federal, são fundamentais para o presente e para o futuro de Ilhéus, mas não podemos perder de vista o protagonismo do município na decisão dos seus destinos e nos da Região Sul da Bahia. Faz-se necessário criar e fortalecer articulações interinstitucionais, intersetoriais e intermunicipais.

Um exemplo dessas articulações, está presente na extensão da Rodovia Jorge Amado, que cumpre o objetivo de unir nossas duas cidades-polo, com a região, e que em conjunto como aeroporto e do porto de Ilhéus, nos conectar com o mundo.

Ao longo dessa Rodovia, também conhecida como “A Estrada do Conhecimento”, estão: a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) com seu majestoso campus Professor Soane Nazaré de Andrade, nele instalados o Centro de Inovação do Cacau (CIC), o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), a Fábrica de Chocolate da Economia Solidária, a sede do Parque Tecnológico do Sul da Bahia, e a Base Ambiental, dentre outros importantes equipamentos; o campus da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB); a sede da Ceplac; um campus do Instituto Federal da Bahia (IFBA); uma unidade do SESI/SENAI, com a escola Adonias Filho e o Instituto Euvaldo Lode, além do Hospital Costa do Cacau e a Policlínica Regional.

Respeitando a diversidade e a pluralidade da sociedade ilheense, nossa maior riqueza, é fundamental refletirmos sobre nossas escolhas, nossos papéis sociais e institucionais. É mais que necessário, unirmos esforços para promovermos o desenvolvimento do nosso município. Refiro-me aqui diretamente, a todos atores institucionais e sociais citados anteriormente.

Em nome da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e do Centro de Desenvolvimento em Eletroeletrônica de Ilhéus (Cepedi), com alegria saúdo Ilhéus!

A nossa Uesc, com campus localizado no Bairro do Salobrinho, conta com um quadro de servidores composto por 800 docentes, 500 técnicos administrativos e cerca de aproximadamente 9.000 discentes distribuídos nos seus 35 cursos de graduação e nos cursos de pós pós-graduação com seus 08 doutorados; 25 mestrados e 08 especializações. A Uesc realiza assim suas atividades finalísticas de Ensino, Pesquisa e Extensão, além de promover a Inovação Tecnológica e seu processo internacionalização. Atualmente a Universidade possui convênios com 44 Instituições de Ensino Superior situadas em 19 países. Desta forma a Uesc contribui efetivamente para o desenvolvimento local e regional, cumprindo sua função social e sua tarefa precípua, que é: “transformar a vida das pessoas”. A Uesc, é um patrimônio da sociedade baiana e um orgulho de todos nós!

O Cepedi, com origem em Ilhéus, vem expandindo suas atividades para outras regiões brasileiras e já alcança outros países. Atualmente estamos desenvolvendo o software que será embarcado no primeiro tomógrafo com tecnologia genuinamente brasileira e, uma vez concluído, colocará Ilhéus no mapa-múndi da T&I.

Em 28 de junho de 2034, o Brasil e uma parte do mundo, estarão com as atenções voltadas para nosso município, pela importância da data comemorativa, afinal, Ilhéus foi uma das nossas 14 capitanias hereditárias. Neste dia, o Governo Federal, deveria transferir simbolicamente a capital do país, para Ilhéus.
As janelas de oportunidades estão abertas!
Abertos e atentos, precisam estar também nossos olhos, pés firmes no chão, braços dispostos ao trabalho, cabeças pensantes e atuantes para construção de um futuro promissor. O desenvolvimento de Ilhéus é também o desenvolvimento da própria Região Sul da Bahia, pois Ilhéus é para todos nós, um grande farol.

Viva Ilhéus!

Alessandro Fernandes

Reitor da Uesc
Economista, Administrador e Doutor em Desenvolvimento
Presidente do Conselho de Administração do Cepedi