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Do “Política Livre”.

A disputa pela presidência da Assembleia Legislativa, que deverá agora ocorrer sob chapa única, encabeçada pelo deputado estadual Adolfo Menezes, do PSD, marcou o reingresso efetivo do senador Jaques Wagner (PT) na articulação política do governo Rui Costa (PT).

Determinado a criar as condições para facilitar seu retorno ao comando do Estado nas eleições de 2022, ele marchou para cima do próprio partido quando percebeu que havia chances de o candidato do PP, Niltinho, embolar o jogo pela sucessão do presidente Nelson Leal (PP).

Numa reunião com a bancada petista na Casa, disse que o que estava em jogo era seu projeto de suceder Rui Costa em 2022, chamou a atenção para o risco de uma derrota que, conforme enfatizou, destruiria a todos, e cravou que precisava contar com o apoio dos deputados do PT no apoio a Adolfo.

Saiu de lá com o compromisso dos parlamentares petistas de assinarem um documento manifestando apoio ao candidato do PSD que se concretizou no dia de ontem. Ao posicionamento do PT em favor de Adolfo, se seguiriam outras manifestações no mesmo sentido de outros partidos da base, consolidando o nome do deputado do PSD.

No mesmo dia do encontro com os petistas, Wagner conversou, à noite, com caciques do PP. Na reunião, deixou claro seu descontentamento com o que classificou de política de confronto ao governo do partido. Wagner se referia explicitamente ao vice-governador do Estado, João Leão (PP).

Na avaliação dos petistas, em alguns momentos, ao avaliar a sucessão na Assembleia, Leão teria passado dos limites em relação a Rui Costa. Wagner disse a alguns parlamentares do PP que, diferentemente da correção com que o candidato do partido vinha se comportando tanto em relação ao governador quanto a Adolfo, não podia dizer o mesmo do vice-governador, cuja posição de confronto ao governo não se justificava nem construía nada para o futuro.

Neste momento, os caciques do PP entenderam que era melhor recuar, comunicando a Leão que não havia mais nada a fazer senão retirar o time de campo em nome da harmonia e de um entendimento com o governo. Ainda assim, o vice-governador se negou a ir para o procênio firmar um pacto pela chapa única encabeçada por Adolfo.

Agora, os progressistas aguardam seu retorno, amanhã, a Salvador, para formalizar a posição do PP em apoio ao nome do candidato do PSD, em troca de posições na futura mesa diretora da Assembleia e de cargos que podem envolver também o governo estadual.